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Mostrando postagens de 2013

Fluuuuuuuuuuuuuuu!

A verdade é que o Fluminense não tem culpa nenhuma do que aconteceu, mas a verdade também é que o Fluminense é o principal culpado do que aconteceu. Sobre o assunto, faço dessas palavras, sábios comentaristas, as minhas: “Passaria a acreditar um pouco no futebol brasileiro se visse movimento de torcedores do Fluminense pedindo pro time disputar a B. Coisa de macho". Antero Greco – ESPN. "Por cada canto do país onde passar a jogar, o Fluminense será visto como o clube mais detestado do Brasil. Parabéns aos envolvidos. Tem que ser muito apaixonado por futebol para não largar de vez. Malditos coveiros do esporte". Mauro Cezar – ESPN. "Ninguém discute o erro do time pequeno, mas porque só os grandes podem errar, que nada acontece? É isso que você quer para seus filhos?” Jorge Kajuru. "Se a Lusa não fosse condenada, teriam tirado pontos do Flamengo também, pondo o time mais popular do país na Série B? É só uma pergunta" André Rizek – Sportv. "Existe alg

Madiba

Como não escrever de um líder, ainda mais quando este parte e a liderança perpetua e perpetuará pela terra em quanto terra. Mais uma vez, das raras vezes, vai o homem, fica o exemplo. Exemplo de liderança, de luta e humildade. Um homem capaz de planejar por 27 anos, por trás das grades, um sonho eterno. Sonho branco, verde, amarelo, azul e africano. Por todas as esferas, com destaque para a política, de onde derrubou um regime "sangrento e preconceituoso", passando pelo esporte, onde fez história unindo povos. Madiba nos deixa e deixa um pequeno lembrete: é possível viver em harmonia, independente da cor, credo e time. Sim, time. Seres como Mandela passam rápidos em nossas vidas e se não prestarmos atenção, não entenderemos que o esporte, por exemplo, serve apenas para reunir povos, crenças e emoções. Gols, pontos, jardas, cestas, try, enfim, são meros detalhes diante de olhos que não enxergam apenas vitórias entre quatro linhas, mas além, muito além delas.  Diante de

Futebol no pais do jeitinho

Desde ontem, ou anteontem que seja, se discute a questão dos pontos corridos como fórmula de disputa do Campeonato Brasileiro. É fato que desde 2003, data da tal reformulação, que a competição vem sendo disputada no mais alto nível de coerência, ou seja, o time que tem o melhor desempenho, de fato, se torna o campeão. Positivo, e é só.  O grande problema na "era" ponto corrido é o "entrega". A cena da rodada de número 36 da competição vai ficar manchada pelo gesto do jogador Júlio Batista do Cruzeiro, que não pensou duas vezes e depois do seu time sofrer o segundo gol do Vasco, que corria do rebaixamento, mandou a equipe adversária sapecar logo outro. Negativo, e não é só isso. Fatos e atitudes como essas nos fazem repensar, novamente, o ponto corrido no Brasil. Não gosto muito de comparação aos estrangeiros, mas estes fatos, pelo menos no meu conhecimento, não acontecem por lá. Aliás, este e outros como o do jogador Dedé que pediu para não jogar a mesma par

Isso é Flamengo!

Eu sou Flamengo, mas sou mesmo, acredito que desde o útero da minha mãe. Sério! Não me recordo “muito bem”, mas acho que já gritava “Mengoooooooo” dentro da placenta. Doente mesmo, daqueles que quando a mãe colocava o sinto de segurança chutava o útero como forma de repúdio e ouvia ela inocente dizer: “Vai ser jogador de futebol!”. Mal sabia ela que o chute era repúdio a faixa que lembra o rival. Doentio mesmo, daqueles que nem come bacalhau porque lembra o Vasco também. Brincadeiras a parte, eu sou Flamengo mesmo. Desde quando não sei, mas tenho a sensação de que nasci com essa “doença”. Sou daqueles “roxos rubro-negros”, se é que isso existe. Daqueles que debate, fala mal pra caramba do juiz. Que já chutou latão de lixo e quebrou o pé. Do estilo sofredor, apaixonado, que vai ao Maracanã, que tem camisa, short, meia, chaveiro e até RG do Mengão. Enfim, sou Flamengo de coração, daqueles que viu Zico, Bebeto, Romário, Renato Gaúcho e Leandro jogarem. Daqueles que sofreu com Negre

Vergonha!

Repórter esportivo: – Saiu neste momento à escalação da equipe dos Políticos Fraudulentos Futebol Clube. Atenção: No gol, Cícero Lucena, nas laterais; Cássio Cunha Lima e Wilder Morais, no meio, Maria do Carmo Alves e Lobão Filho, no ataque; João Alberto e nosso conhecido Clésio Andrade; no banco de reservas; Ivo Cassol e Paulo Davim. Equipe sob a irresponsabilidade do queridinho das Minas Gerais Zezé Perrela. É esse o time que deixou de subscrever a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o que inviabilizou a criação da comissão para apurar as irregularidades da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Dessa forma, foi o Governo Federal conseguiu enterrar a segunda tentativa neste ano de criação no Congresso de uma CPI que poderia investigar as obras da Copa do Mundo de 2014. Após forte atuação nos bastidores e de cartolas de futebol, o presidente do Senado Renan Calheiros, anunciou que não seria criada a CPI das Federações por falta de apoios suficientes. O autor do pedid

Trem Azul!

Trem, máquina ou locomotiva, seja como você quiser, desde que seja azul, do inglês blue, do mineirês Cruzeiro. Um time, minto, um supertime, que dez anos depois da primeira conquista, da era dos pontos corridos, coloca em xeque, devido à facilidade com que atropela os adversários, a fórmula da competição. Impagável esse Cruzeiro de 2013. Tão bom quanto o de 2003. Um Cruzeiro imbatível que faz com que estudiosos e poderosos reconsiderem os pontos corridos. Pode ser que algo inesperado aconteça de agora em diante, o que eu particulamente não acredito, estamos na vigésima sétima rodada, mas é bem provável que a máquina azul fature a competição com os pés nas costas. Não existe hoje, repito, vigésima sétima rodada, time que faça sombra ao trem azul. Portanto, não é difícil afirmar, e muitos comentaristas já fizeram isso, que a locomotiva possa faturar o título com sete ou seis rodadas de antecedência. Com 21 pontos a serem disputados. O que de fato, colocaria em debate a era dos pon

O Novo Velho Chico!

Saudades do Velho Chico, não aquele das canções, das águas, dos peixes, me refiro ao FAPI. Saudades. Aliás, FAPI que nada. Na minha época era apenas Colégio. “Vou para o colégio”. E como fui, e como fingi que fui, como faltei, como aprontei, como aprendi, como passei quase uma vida dentro do Colégio.  E quando ganhou mais importância e “levou” até nome: Francisco Antônio Pires, ou até apelido: FAPI, eu já estava longe, mas com a lição e o diploma debaixo do braço. Foram quase 15 anos entre os pilares de um gigante da educação. Terceiro, segundo, primeiro andar, casinha do sinal, coqueiro, namorinho de portão, ping-pong, vôlei, futebol, suor, expulsão da sala, risadas e mais risadas, choro, provas, vermelho, azul, notas, enfim, saudades.  Neste exato momento que a principal referência da educação na cidade muda de endereço, chamo atenção para os jovens que hoje frequentam as salas de aula. Talvez também seja hora de mudar. Entender que o que aprende aí se carrega

Um gigante adormecido!

No passeio dominical, entre as estruturas de um gigante adormecido, os olhos correm pelas ferragens corroídas e o silêncio absurdo vagueia entre as quadras e campos inabitáveis. Naquele momento, faz-se o silêncio que deveria estar habitado por gritos de gols. Calam-se as competições e diversões familiares, vai embora a imagem do domingo no parque de madeira que o tempo e a incompetência de administradores deram conta de levar. O mute ou mudo impera em um reino onde o grito de vencer deveria estar no lugar mais alto do pódio. Que pódio? Sem disputa não há vencedores e muito menos pódio. Pode parecer exagero, mas as lágrimas ganham de goleada da alegria em pleno gigante esportivo da nossa cidade onde a cortina da fumaça de uma droga que mata em pouco tempo sobe das quadras de baixo. Aqui é crack versus craque, e o que termina em k e mata, está vencendo. Socorro! O silêncio e o descaso são os habitantes de carteirinha do centro esportivo, do chamado clube do povo. Que povo? O povo

Sim, eles podem!

A América é de um tal Galo, de umas Minas Gerais, lá no Brasil de Cabral, perto da terra do Papa. A América, aquela desejada e libertadora, é de um bichano de crista alta, que carrega um santo entre as traves, que se concretiza com uma rocha na lateral e duas torres no miolo. De um Galo de volantes grandes e pequenos, experientes e novos. Um alvinegro de meias, de sorrisos “desdentados” e cabelos ou penas ao vento. Galo de atacantes com alegria nas pernas, matadores, fortes e vingadores. Uma ave que carrega e congrega um místico pensador e supersticioso fora das quatro linhas. Um Clube, Mineiro, Atlético, enfim, um Galo ou Galão de uma massa de alma preta e branca agora mais do que lavada, esfregada, batida, torcida e que vai para o varal, onde seus seguidores, não torcedores, seguirão contra tudo, todos e o vento. É simples assim: se algum dia lhe perguntarem, respondam: esse foi o campeão da Libertadores 2013.  Esse tal de Galo, de um povo sofredor e surrado, que fazi

Julho, de novo

É julho de novo. É frio novamente e corta, como já escrevi em outras ocasiões, mas fica quente com o calor do nosso povo tão receptivo, simpático e convidativo. É interior, a quilometros da capital, é terra fria de corações e braços abertos para quem quiser chegar. Já é tradição: o povo vem, as pessoas chegam de alguns lugares desconhecidos e se tornam conhecidas em um simples e pequeno mês. Quem não traz agasalhos suficientes, sente o calor de um povo que não empresta só o vestuário, mas empresta a alma, o coração. Povo que recebe em casa, busca na rodoviária, leva nos cantos e encantos das Praças que são palcos das festividades julinas e que tem como fundo musical a áurea das vozes de todo o Brasil.  Vozes, nossas e deles, sussurradas no inverno por um Festival da Canção qualquer que traz e leva talentos sonhadores.  Quem vem, volta. Volta no julho seguinte porque sabe que o seu lugar estará reservado no cantinho da Praça ou no quarto do amigo até então desconhecido.

Salve! Salve!

E eis que o Gigante da pobre natureza se desperta e se levanta do tal berço esplêndido. Talvez seja tarde, é verdade, mas o florão da América acorda aos gritos de cidadãos, que em outras mil palavras, cansaram. O que vale a partir de agora não são mais os três pontos ou a classificação para a próxima fase. O que está em jogo, e se é que pode ser chamado de jogo, é a reputação de um povo que aguarda há 513 anos uma mudança. Chega de gols e muito menos de bolas na trave. O que vale é dar uma dentro, acertar em cheia, mostrar, às diferentes siglas jornalísticas do mundo, quem somos e para que viemos. Além do surfista de trem e das bundas e bolas brasileiras, é hora de ser capa do New York Times. Pelas ruas, o povo heroico, do fálido brado retumbante, desce e sobe aos berros e cantos o cessar do penhor e da desigualdade crônica em que vivem. Chega! Basta! O que estava na garganta passa pelo braço forte, pelo seio, pelo peito e pela própria morte e sai pela boca em forma de ó liber

Mulher versus futebol

Começou! A bola rolando novamente e pra valer - não como naqueles estaduais medíocres. O corpo novamente estirado na cama, a rebarba do almoço ainda sobre o fogão e a ressaca do sábado instaurada no céu da boca. É domingo, daqueles em que dois jogos não são o suficiente para amenizar a ausência do futebol brasileiro e seus grandes duelos. Está de volta o tal do Brasileirão: amante dos marmanjos e horror da mulherada que prefere a Praça,  a pipoca ou o sorvete, e, um filme a dois. Apita o juiz, empurra a vasilha de sobremesa sobre o criado e seu ar mal criado também entra em campo de camisa, short e meião. De agora em diante, lá se vão ininterruptos oito meses de emoção e frustrações amorosas aos domingos, talvez sábados e quartas à noite. Haja flores e beijos às segundas. O eterno confronto futebol versus mulher! A troca de olhares, a troca de canal e até a troca das mulheres. Definitivamente eles não nasceram um para o outro. Este triângulo amoroso não dá liga. H

Eu e Ela!

Ela tirou a bandeira devagar, colocou o suporte que assegurava sobre a caixa d´água e não embolou, enrolou-a carinhosamente, sorriu discreta e acariciou-a como se acaricia os cabelos de uma pessoa amada. Mas ela ama a bandeira. O toque sereno e suave sobre o verde e amarelo demonstrava o amor. Ela tirou como quem não vai voltar para colocar. A sacola recebeu o manto, fez barulho como faz e abraçou os braços da senhora que talvez acreditasse que aquela poderia ter sido sua última Copa do Mundo. Me fiz de cego olhando fixamente, ela me viu e eu não quis vê-la. Desci as escadas com os tênis que fui buscar na laje e fiquei pensando quantas Copas vou suportar. Dói esperar, dói cada vez mais subir esses degraus, dói ver o que vi, dói imaginar que um dia também posso recolher a bandeira da laje pela última vez. Quantas Copas vou suportar? Já se foram algumas, bem menos que a senhora vizinha. Como sei? Seu físico entregava. Para subir na laje com toda aquela dificuldade algumas Copa

Quem era?

Outro dia o telefone tocou, já era tarde, na telinha da TV eu mal conseguia enxergar o belo rosto da apresentadora do jornal da globo. É verdade! Já era para eu estar na cama, com direito a travesseiro e tudo mais, mas as piadas sem graça da turma do Casseta & Planeta me fizeram cochilar ali mesmo, naquele sofá duro e desconfortável. Era um amigo, um antigo amigo, daqueles que a gente esquece até o nome, e que eu já não via há anos, a voz grossa e o som de um sorriso contido na garganta pela felicidade de ter me encontrado em casa, entregava-me quem era, aliás, eu sabia quem era, mas o problema era o nome, ainda era uma incógnita. A cada palavra, a cada entonação eu desenhava na imaginação o rosto perfeito do amigo que estava do outro lado da linha. Mas o nome, bom!  O nome não vinha. Ao longo da conversa eu recordava as nossas baladas, lembrava da sua família, do dia em que em que roubamos frutas juntos, do tempo em que nosso time ganhava quase todas as competições, enfim, veio

Brasil: o país da impunidade.

Definitivamente, o Brasil é o país da impunidade. Que novidade! Descobriu-se o Brasil! É verdade, não há nada de novo nisso. Mas ao ler os jornais, um dia depois que o ex-goleiro Bruno foi condenado, a sensação foi de extrema decepção e vergonha. Brasileiro, eu? Não. Sou turista, estou aqui passeando. Na quinta o goleiro é condenado a 22 anos de cadeia. Na sexta, os jornais trazem em suas capas a manchete: “Bruno ficará preso no máximo quatro anos”. Esse é nosso Brasil, o eterno país do futuro e, desde que Cabral nos descobriu, o país que está deitado eternamente em berço esplêndido. Vergonha! A máxima “Cadeia é para pobre” é, sem dúvida, o lema e tema dessa terra vergonhosa. Um jogador, que se acha melhor que os outros seres humanos porque defende um time popular, resolve dar ordens a comparsas para matar uma garota. Os  mesmos obedecem à risca, porque foram bem pagos para isso, e agora o ex-goleiro ficará três ou quatro anos na cadeia, no máximo. O país da piada pronta: Bra
Obrigado, Zico! A primeira lembrança que tenho vem da tal cozinha de fora. É porque na casa da vovó tinham duas cozinhas. A cozinha que mais tenho recordação é essa, a de fora. Porta surrada, meio azul desbotado, fogão a lenha envernizado de vermelho e manchado de fogo, uma mesa com um plástico grosso, uma fruteira e frutas de mentira, um armário de verdade e velho e uma janela pequena que insistia em não abrir. E lá em cima, no canto, longe do alcance dos netos, que eram muitos, o rádio.  Um caixote enorme, como botões grandes e vozes grossas, ásperas e emocionantes. Tudo isso sob as telhas de amianto escuras por causa da fumaça. Quando vovô ligava o tal rádio, do qual confesso que um dia tive medo, tinha abraço, tinha beijo, tinha riso, tinha choro, tinha vida. Foi ali, naqueles pequenos metros quadrados, que eu senti e descobri o significado de emoção.  E mesmo que a gente quisesse sair, e a gente não queria, não tinha como: Vovô não deixava. E mesmo que eu passasse por entr
A vida perde o sentido Quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013, um canal de televisão tem a brilhante de ideia de mostrar, poucos minutos antes do duelo tricolor no Engenhão, quatro ou seis crianças de cinco a oito anos brincando com uma bola nas dependências do estádio. Quatro ou seis garotos com camisas de times adversários que sorriam chutando uma bola azul que teimava quicar no chão. Mais brilhante ainda foram as sábias palavras dos apresentadores: “Este é um momento para ficar na história. Isso é o poder do futebol”. Uma quarta que começara com Champions League e se findaria com um duelo de gala na Taça Libertadores. O futebol faz sentido, a vida faz sentido. “Se findaria”. Aquela quarta não acabou e nunca vai acabar. Quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013, em um outro canal de tv, uma criança não corre, mas é socorrida. Não tem os mesmos cinco ou oito anos, mas adentra a sonhada adolescência. Não é tricolor, nem do sul, nem do rio, é San, de San José, boliviano, que há pouco