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Mostrando postagens de 2014

Saudade da Copa!

Vai ter Copa? Foi-se a Copa! Rápido assim. Aliás, tão rápido quanto o ataque alemão, como os gols alemães no fatídico Mineirazo, como Robben, o atacante Holandês, como o dinheiro investido nela, como os protestos que esvaíram do nada, como a participação inglesa. Foi-se a Copa, como a Zurra e a despedida de Pirlo, como os lances de um português que insistia em arrumar as mechas no telão, como as touradas espanholas em solo tupiniquim. Foi se a Copa, a nossa Copa, a Copa do Mundo no Brasil. Foi-se a Copa e ficou a simpatia alemã. Foi-se a ideia de que eram frios e sérios. Ficou um consolo a Messi como melhor. Ficou o questionamento, o recorde de Klose, as defesas dos goleiros, os gols na Bahia de todos os santos. Como legado, ainda ficou a marca de um esquema de ingressos que foi desmantelado aqui, no país que infelizmente ainda encabeça o ranking da corrupção. Ficou o exemplo da Argélia, que doou sua conquista financeira aos necessitados. Ficou na memória uma Costa, não Rica, mas

Onde estão nossos domingos?

O barulho da fábrica, que não para nunca, o cheiro do café, o galo cantando no terreiro, a lenha no fogão e os passos do vovô no corredor. Não era um dia comum, muito menos azul na folhinha, era vermelho no calendário, era domingo. Hora de acordar, enfrentar o chão da Beira da Linha com o sapato novo, atravessar a ponte, jogar pedras no rio, limpar o sapato e ir rezar, de joelhos, de mãos dadas, sob o olhar atento do vovô. Amém, a gente saia correndo e ficava “lutando” na pracinha enquanto “sô Tião” comprava o pão na quintada do sô Zizinho. Ele parava no jogo de “Maia” e a gente corria para casa, corria para ver ele correndo. A “senna” se repetia quase todos os domingos. E que domingos! Acabava a corrida, que a gente sempre ganhava, e a tampa da panela do feijão se transformava em volante, a poltrona da sala o banco do carro e a irmã mais nova era a responsável pela bandeirada prosseguida pelo puxão de orelha daquela tia ranzinza.  A gente então pulava para fora da poltrona,

Era uma vez o gol!

Vai embora o gol mais bonito do Brasil. Na verdade, um gol de placa que não deve ser afixada em nenhum estádio, seja no Brasil ou no mundo, mas no céu, entre nuvens, traves e redes. Não aquele gol desenhado pelas pernas tortas de um negro ou por um camisa 10 mirabolante em uma cobrança de falta. Dá adeus o mais emocionante gol da televisão brasileira. Não o de bicicleta, do jogador do seu time, de letra ou de bico mesmo. Parte, como parte nossas tardes de domingo, o gol que vinha da alma, atravessava a garganta e chegava como música para os nossos ouvidos. Longo, curto, triste, alegre, mas sempre gol, que saía do coração, o mesmo que deixou de bater.   Vai o homem e fica um mito. Ou parte um mito e fica o homem? Vai junto a emoção e 11, onze, 11 Copas do Mundo mais um curriculum invejável. E de um tempo em que não existia TV, nem cara fechada. Do tempo em que se vê hoje nas inúmeras operadoras o que ele fazia na televisão aberta, com seu sorriso aberto. Por isso e por muitos

Pissiti!

E se o Didi morrer? Eu morro um pouco, como morro todos os dias. Didi, esse que chamam de Renato, de Aragão, de Mocó, de “pissiti”, ou o que seja, é parte da nossa vida, da nossa infância. Foi vendo Didi que muitas vezes minhas pernas ficaram da cor dos narizes de palhaços, com marcas de mãos, por derramar comida no sofá, na hora do almoço. Aliás, sofá não, poltrona. Ô da poltrona. Didi nos fez esquecer o gosto do arroz queimado ou do suculento frango à milanesa. Que almoço o quê! A gente sentava com o copo de alguma coisa entre as pernas, derramava um pouco todo dia, apanhava de novo e via Didi, que não vinha sozinho. Tinha Dedé, Mussum e até Zacarias. Daí tinha riso, tinha pureza, tinha graça, não tinha desgraça, tinha zelo, não tinha apelo, tinha comoção, não tinha apelação, tinha Didi, tinha risada. Que privilégio poder ver Didi, e não a Turma dele. Que sorte ver ele e não ver planetas nem cassetas. Ver Didi, de noite, antes do Fantástico ou de dia, antes ou durante o almoç