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Mostrando postagens de maio, 2014

Onde estão nossos domingos?

O barulho da fábrica, que não para nunca, o cheiro do café, o galo cantando no terreiro, a lenha no fogão e os passos do vovô no corredor. Não era um dia comum, muito menos azul na folhinha, era vermelho no calendário, era domingo. Hora de acordar, enfrentar o chão da Beira da Linha com o sapato novo, atravessar a ponte, jogar pedras no rio, limpar o sapato e ir rezar, de joelhos, de mãos dadas, sob o olhar atento do vovô. Amém, a gente saia correndo e ficava “lutando” na pracinha enquanto “sô Tião” comprava o pão na quintada do sô Zizinho. Ele parava no jogo de “Maia” e a gente corria para casa, corria para ver ele correndo. A “senna” se repetia quase todos os domingos. E que domingos! Acabava a corrida, que a gente sempre ganhava, e a tampa da panela do feijão se transformava em volante, a poltrona da sala o banco do carro e a irmã mais nova era a responsável pela bandeirada prosseguida pelo puxão de orelha daquela tia ranzinza.  A gente então pulava para fora da poltrona,

Era uma vez o gol!

Vai embora o gol mais bonito do Brasil. Na verdade, um gol de placa que não deve ser afixada em nenhum estádio, seja no Brasil ou no mundo, mas no céu, entre nuvens, traves e redes. Não aquele gol desenhado pelas pernas tortas de um negro ou por um camisa 10 mirabolante em uma cobrança de falta. Dá adeus o mais emocionante gol da televisão brasileira. Não o de bicicleta, do jogador do seu time, de letra ou de bico mesmo. Parte, como parte nossas tardes de domingo, o gol que vinha da alma, atravessava a garganta e chegava como música para os nossos ouvidos. Longo, curto, triste, alegre, mas sempre gol, que saía do coração, o mesmo que deixou de bater.   Vai o homem e fica um mito. Ou parte um mito e fica o homem? Vai junto a emoção e 11, onze, 11 Copas do Mundo mais um curriculum invejável. E de um tempo em que não existia TV, nem cara fechada. Do tempo em que se vê hoje nas inúmeras operadoras o que ele fazia na televisão aberta, com seu sorriso aberto. Por isso e por muitos