Pular para o conteúdo principal

Madiba



Como não escrever de um líder, ainda mais quando este parte e a liderança perpetua e perpetuará pela terra em quanto terra. Mais uma vez, das raras vezes, vai o homem, fica o exemplo. Exemplo de liderança, de luta e humildade. Um homem capaz de planejar por 27 anos, por trás das grades, um sonho eterno. Sonho branco, verde, amarelo, azul e africano.


Por todas as esferas, com destaque para a política, de onde derrubou um regime "sangrento e preconceituoso", passando pelo esporte, onde fez história unindo povos. Madiba nos deixa e deixa um pequeno lembrete: é possível viver em harmonia, independente da cor, credo e time. Sim, time. Seres como Mandela passam rápidos em nossas vidas e se não prestarmos atenção, não entenderemos que o esporte, por exemplo, serve apenas para reunir povos, crenças e emoções. Gols, pontos, jardas, cestas, try, enfim, são meros detalhes diante de olhos que não enxergam apenas vitórias entre quatro linhas, mas além, muito além delas. 


Diante de um adeus, ou um até logo, porque há vida depois de Mandela, torcemos que apenas o homem, seja passageiro, que o exemplo, o modo, a fórmula continue e nos ensine por muitos e muitos anos. Que não esquecemos facilmente a maior de todas as lições, ou seja, que nós homens, seres, possamos entender de uma vez por todas, que vencer não quer dizer ficar com a vitória, com a taça, com a honraria. Vencer, segundo Mandela, é mais do que qualquer significado. Vencer é conquistar respeito.


O esporte o saúda Madiba. Neste momento tão "triste", nossa dor é invadida pela felicidade que sempre veio estampada em seu rosto, por trás daquela roupa sempre colorida e daquele sorriso sempre cativante. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Brasil: o país da impunidade.

Definitivamente, o Brasil é o país da impunidade. Que novidade! Descobriu-se o Brasil! É verdade, não há nada de novo nisso. Mas ao ler os jornais, um dia depois que o ex-goleiro Bruno foi condenado, a sensação foi de extrema decepção e vergonha. Brasileiro, eu? Não. Sou turista, estou aqui passeando. Na quinta o goleiro é condenado a 22 anos de cadeia. Na sexta, os jornais trazem em suas capas a manchete: “Bruno ficará preso no máximo quatro anos”. Esse é nosso Brasil, o eterno país do futuro e, desde que Cabral nos descobriu, o país que está deitado eternamente em berço esplêndido. Vergonha! A máxima “Cadeia é para pobre” é, sem dúvida, o lema e tema dessa terra vergonhosa. Um jogador, que se acha melhor que os outros seres humanos porque defende um time popular, resolve dar ordens a comparsas para matar uma garota. Os  mesmos obedecem à risca, porque foram bem pagos para isso, e agora o ex-goleiro ficará três ou quatro anos na cadeia, no máximo. O país da piada pronta:...

Pissiti!

E se o Didi morrer? Eu morro um pouco, como morro todos os dias. Didi, esse que chamam de Renato, de Aragão, de Mocó, de “pissiti”, ou o que seja, é parte da nossa vida, da nossa infância. Foi vendo Didi que muitas vezes minhas pernas ficaram da cor dos narizes de palhaços, com marcas de mãos, por derramar comida no sofá, na hora do almoço. Aliás, sofá não, poltrona. Ô da poltrona. Didi nos fez esquecer o gosto do arroz queimado ou do suculento frango à milanesa. Que almoço o quê! A gente sentava com o copo de alguma coisa entre as pernas, derramava um pouco todo dia, apanhava de novo e via Didi, que não vinha sozinho. Tinha Dedé, Mussum e até Zacarias. Daí tinha riso, tinha pureza, tinha graça, não tinha desgraça, tinha zelo, não tinha apelo, tinha comoção, não tinha apelação, tinha Didi, tinha risada. Que privilégio poder ver Didi, e não a Turma dele. Que sorte ver ele e não ver planetas nem cassetas. Ver Didi, de noite, antes do Fantástico ou de dia, antes ou durante o almoç...

Futebol no pais do jeitinho

Desde ontem, ou anteontem que seja, se discute a questão dos pontos corridos como fórmula de disputa do Campeonato Brasileiro. É fato que desde 2003, data da tal reformulação, que a competição vem sendo disputada no mais alto nível de coerência, ou seja, o time que tem o melhor desempenho, de fato, se torna o campeão. Positivo, e é só.  O grande problema na "era" ponto corrido é o "entrega". A cena da rodada de número 36 da competição vai ficar manchada pelo gesto do jogador Júlio Batista do Cruzeiro, que não pensou duas vezes e depois do seu time sofrer o segundo gol do Vasco, que corria do rebaixamento, mandou a equipe adversária sapecar logo outro. Negativo, e não é só isso. Fatos e atitudes como essas nos fazem repensar, novamente, o ponto corrido no Brasil. Não gosto muito de comparação aos estrangeiros, mas estes fatos, pelo menos no meu conhecimento, não acontecem por lá. Aliás, este e outros como o do jogador Dedé que pediu para não jogar a mesma par...