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Julho, de novo



É julho de novo. É frio novamente e corta, como já escrevi em outras ocasiões, mas fica quente com o calor do nosso povo tão receptivo, simpático e convidativo. É interior, a quilometros da capital, é terra fria de corações e braços abertos para quem quiser chegar. Já é tradição: o povo vem, as pessoas chegam de alguns lugares desconhecidos e se tornam conhecidas em um simples e pequeno mês. Quem não traz agasalhos suficientes, sente o calor de um povo que não empresta só o vestuário, mas empresta a alma, o coração. Povo que recebe em casa, busca na rodoviária, leva nos cantos e encantos das Praças que são palcos das festividades julinas e que tem como fundo musical a áurea das vozes de todo o Brasil. 

Vozes, nossas e deles, sussurradas no inverno por um Festival da Canção qualquer que traz e leva talentos sonhadores.  Quem vem, volta. Volta no julho seguinte porque sabe que o seu lugar estará reservado no cantinho da Praça ou no quarto do amigo até então desconhecido. É simples, sem tapetes vermelhos, sem taças. Serve-se em copo de plástico mesmo. Se bebe e se comemora em um buteco qualquer. É assim: mineirinho mesmo, acolhedor, é interior, é gostoso e aconchegante. 

Portanto, sejamos como sempre fomos, abramos os braços e o coração para nossos poucos e contentes visitantes. Para nossos filhos, estudantes e trabalhadores que têm a oportunidade de relembrar julho na nossa cidade. Sejamos receptivos, acolhedores como sempre fomos. 

É julho, é mês de receber calor vizinho e esquentar a vida com nossos simples e bem feitos eventos. Não de hoje, mas de sempre! Tem festa à beça. Tem lugar para todo mundo, mas corra porque julho passa como o tempo que não pára. No fim, ficam bocas e mãos rachadas e as fotos de um mês de julho no interior.

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