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Saudade da Copa!

Vai ter Copa? Foi-se a Copa! Rápido assim. Aliás, tão rápido quanto o ataque alemão, como os gols alemães no fatídico Mineirazo, como Robben, o atacante Holandês, como o dinheiro investido nela, como os protestos que esvaíram do nada, como a participação inglesa. Foi-se a Copa, como a Zurra e a despedida de Pirlo, como os lances de um português que insistia em arrumar as mechas no telão, como as touradas espanholas em solo tupiniquim. Foi se a Copa, a nossa Copa, a Copa do Mundo no Brasil.
Foi-se a Copa e ficou a simpatia alemã. Foi-se a ideia de que eram frios e sérios. Ficou um consolo a Messi como melhor. Ficou o questionamento, o recorde de Klose, as defesas dos goleiros, os gols na Bahia de todos os santos. Como legado, ainda ficou a marca de um esquema de ingressos que foi desmantelado aqui, no país que infelizmente ainda encabeça o ranking da corrupção. Ficou o exemplo da Argélia, que doou sua conquista financeira aos necessitados. Ficou na memória uma Costa, não Rica, mas Milionária. Um Estados Unidos que está aprendendo. Ficaram as vaias a uma Presidente, inúmeros elefantes brancos, o choro de uns meninos que ainda precisam aprender, a arrogância de um técnico que tem no curriculum um título maravilhoso, mas não admite que errou, ou erramos, feio.  Foi-se a ideia de que só raça ganha jogo, mas que é preciso jogar bola. Ficaram as marcas da mordida uruguaia, os beijos nas arquibancadas, a invasão argentina, colombiana e chilena. Foram as nossas manhãs, tardes e noites em frente à televisão. Foi-se a emoção, as prorrogações, os pênaltis. Ficou o orgulho. Foi-se o sonho do hexa, ficou o pesadelo do superfaturamento. Foi-se a Copa, a Copa das Copas e ficou a saudade!

Sessenta e quatro anos depois, o Mundo reconheceu o Brasil: um país colossal em problemas sim, mas um país às vezes pobre, às vezes triste, às vezes sujo. O Mundo viu e descobriu o que se comentava nos bastidores: povo hospitaleiro, festivo, alegre. Não fizemos feio. Erramos e acertamos. Aprendemos e ensinamos. Mundo, essa foi a Copa, esse é o nosso país, nosso Brasil. Sejam bem vindos ao país do futebol, mas também das belezas naturais, do carisma, da emoção, de um povo batalhador, enfim, um país que não é só uma seleção, mas um país que tem gente verde, amarela, azul, branca, parda, negra, índios, um Brasil, que, como o nosso Cristo, está sempre de braços abertos esperando o Mundo.

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