Começou! A bola rolando novamente e pra valer - não como naqueles estaduais medíocres. O corpo novamente estirado na cama, a rebarba do almoço ainda sobre o fogão e a ressaca do sábado instaurada no céu da boca.
É domingo, daqueles em que dois jogos não são o suficiente para amenizar a ausência do futebol brasileiro e seus grandes duelos. Está de volta o tal do Brasileirão: amante dos marmanjos e horror da mulherada que prefere a Praça, a pipoca ou o sorvete, e, um filme a dois.
Apita o juiz, empurra a vasilha de sobremesa sobre o criado e seu ar mal criado também entra em campo de camisa, short e meião. De agora em diante, lá se vão ininterruptos oito meses de emoção e frustrações amorosas aos domingos, talvez sábados e quartas à noite. Haja flores e beijos às segundas. O eterno confronto futebol versus mulher! A troca de olhares, a troca de canal e até a troca das mulheres. Definitivamente eles não nasceram um para o outro. Este triângulo amoroso não dá liga. Homem, mulher e futebol, não nessa ordem, não conseguem viver em harmonia.
Mas, que seja eterno enquanto durem os 90 minutos. Falta! Na entrada da área e na saída cozinha. O replay mostra como ela pisou o pé dele e jogou um olhar a lá: Esse futebol ainda vai dar! Se vai, se deu, deu pênalti e os olhos correm para a TV, esquece o corpo, seja qual for, o olhar é cravado na cal. Vai pintar o momento de alegria do domingo, vai soar o grito de gol e de divórcio. Você abre os braços, ergue as mãos ao comemorar e ela desce ele, em forma de batida, de estaca. Toma! Quem mandou gritar, logo agora que o sono dela era mais profundo que o buraco no meio campo do seu time.
Ufa! Já estamos nos acréscimos, o timão, timinho, seja o que for, vai ganhar. E você, provavelmente vai perder, ela vai travar o sorriso, olhar desconfiada e balbuciar alguns clichês mulher versus futebol:
Ah esse futebol... isso ainda vai dar!
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