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Brasil: o país da impunidade.


Definitivamente, o Brasil é o país da impunidade. Que novidade! Descobriu-se o Brasil! É verdade, não há nada de novo nisso. Mas ao ler os jornais, um dia depois que o ex-goleiro Bruno foi condenado, a sensação foi de extrema decepção e vergonha. Brasileiro, eu? Não. Sou turista, estou aqui passeando.

Na quinta o goleiro é condenado a 22 anos de cadeia. Na sexta, os jornais trazem em suas capas a manchete: “Bruno ficará preso no máximo quatro anos”. Esse é nosso Brasil, o eterno país do futuro e, desde que Cabral nos descobriu, o país que está deitado eternamente em berço esplêndido. Vergonha! A máxima “Cadeia é para pobre” é, sem dúvida, o lema e tema dessa terra vergonhosa.

Um jogador, que se acha melhor que os outros seres humanos porque defende um time popular, resolve dar ordens a comparsas para matar uma garota. Os  mesmos obedecem à risca, porque foram bem pagos para isso, e agora o ex-goleiro ficará três ou quatro anos na cadeia, no máximo. O país da piada pronta: Brasil.

Enquanto isso, na sala de justiça: Do outro lado do mundo, onde o buraco é bem mais embaixo, um tribunal egípcio condenou à pena de morte 21 pessoas julgadas pelo massacre no estádio de Port Said, em que 74 pessoas morreram em enfrentamentos entre torcedores de dois clubes de futebol rivais em fevereiro de 2012. Talvez essa também não seja a solução. Tirar vidas não resolverá o problema de enfrentamento da humanidade, até porque, mais 30 pessoas morreram em protesto contra essa decisão de pena de morte. Mas, pelo menos aqui no Brasil, fazer cumprir a lei, de fato, seria a solução. Ora, se o ex-goleiro, seja de onde for,  foi condenado a 22 anos, que se cumpram os 22 anos. Bom comportamento, réu confesso, primário, nada disso importa. Ele foi julgado e condenado porque mandou matar. Portanto, que seja cumprida a pena integralmente. Mas a lei permite que... não importa o que a lei permite ou não. Será que autoridades e políticos não pararam para pensar que são essas “brechas” na lei que estão acabando com o país? Façam urgentemente uma reforma na Constituição. Façam uma reforma nas leis deste Brasil. E façamos urgente também uma reforma de conceito e escolha desses políticos que julgam e fazem as próprias leis. Chega!

E dois dias antes da decisão do julgamento, a presidenta deste país veio a público falar de rigor na Lei Maria da Penha. Veio pedir rigidez e elogiar a tal lei. “Uma das melhores do mundo”, classificou assim a Lei Maria da Penha a presidenta Dilma. Piada. Será que se a filha dela tivesse sido morta e jogada aos cães e o mandante estivesse livre, nas ruas, em três ou quatros anos, ela teria soletrado essa frase? Vergonha.

O Brasil é, de fato, um país cheio de belezas naturais, o país do futebol, do Carnaval, enfim, mas  não podemos fechar os olhos, assim como a justiça faz, para as impunidades. Aqui não existem leis, existem formas de burlar a lei. Zombam debaixo do nariz das autoridades. Comentem crimes e saem rindo pela porta da frente. Estimulam a violência e cruzam os braços diante de um livro grosso e ineficaz. São vexatórias as leis deste Brasil. Vergonha mundial. 


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